R4B Capital https://r4bcapital.com/en/ Fri, 30 Oct 2020 11:56:13 +0000 en-GB hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.5.14 https://r4bcapital.com/wp-content/uploads/2020/11/Logo-R4b-150x150.png R4B Capital https://r4bcapital.com/en/ 32 32 Hello world! https://r4bcapital.com/en/2020/10/30/hello-world/ https://r4bcapital.com/en/2020/10/30/hello-world/#comments Fri, 30 Oct 2020 11:56:13 +0000 https://r4bcapital.com/?p=1 Welcome to WordPress. This is your first post. Edit or delete it, then start writing!

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Artigo de Opinião Jornal Sol – Partner António Nina https://r4bcapital.com/en/2020/10/22/artigo-de-opiniao-jornal-sol-partner-antonio-nina/ https://r4bcapital.com/en/2020/10/22/artigo-de-opiniao-jornal-sol-partner-antonio-nina/#respond Thu, 22 Oct 2020 15:57:33 +0000 https://causaefeito.blog/?p=2667

OE 2021 – Análise na ótica das empresas

Artigo de António Nina – Partner Causa & Feito

OE 2021 – Análise na ótica das empresas

No cenário da atual pandemia, agora agravado pela declaração de calamidade, o Orçamento de Estado para 2021 carrega um efeito de imprevisibilidade significativo sobre as variáveis macroeconómicas, com reflexos no défice e na dívida públicos.
Notando a preocupação no reforço das respostas sociais, reflexo das exigências do apoio parlamentar necessário à sua aprovação, é importante não esquecer que a redistribuição de rendimentos depende da criação da riqueza gerada pelo tecido empresarial e a manutenção de emprego apenas é possível com empresas rentáveis e competitivas. É nesta ótica que me proponho a fazer uma breve análise da Proposta de Orçamento de Estado.
Em junho deste ano, e no âmbito das medidas governamentais de apoio à dinamização económica, foi criado o PEES – Programa de Estabilização Económica e Social, do qual destaco as seguintes medidas com impacto ao nível das empresas: o PEVE – Processo Extraordinário de Viabilização de Empresas, programa de caráter excecional e temporário que permitirá que empresas viáveis, mas prejudicadas pela covid-19, possam recorrer a um mecanismo rápido de reestruturação; a criação do Banco Português de Fomento, prevendo-se a sua participação em operações de capitalização de empresas viáveis com elevado potencial de crescimento, em setores estratégicos e com orientação para mercados externos; e, por último, a transmissibilidade de prejuízos fiscais nas aquisições de participações sociais de PME que, em 2020, tenham passado a ser consideradas ‘empresas em dificuldades’, procurando-se fomentar pela via fiscal operações de concentração e aquisição.

O PEVE foi aprovado na generalidade no Parlamento em setembro, e tarda a sua publicação, prejudicando as expectativas das empresas quanto a um instrumento de revitalização que, certamente, lhes será importante. Quanto ao Banco de Fomento, cuja bandeira tem sido inúmeras vezes anunciada, os empresários ainda não entenderam o seu alcance prático e a forma como poderão financiar operações de concentração, reforçando a competitividade das suas empresas à escala internacional.
Em relação aos incentivos fiscais à concentração, não encontro qualquer referência nesta Proposta de Orçamento de Estado.
No cenário de imprevisibilidade em que nos encontramos, esperava que este orçamento já incluísse o Plano de Resiliência e Recuperação, gerindo as expectativas das empresas e dos empresários com a definição das prioridades de investimento e a aplicação criteriosa das subvenções a receber da Europa. Atendendo às especificidades do país, reconhecendo as debilidades do setor do turismo, o motor da criação de riqueza no país deverá incidir sobre a reindustrialização e no reforço da competitividade da produção industrial do setor exportador.

O tecido empresarial português necessita de investimentos em infraestruturas que se traduzam na diminuição dos custos de contexto para as empresas, com foco na redução do preço da energia e eficiência da logística, a par das necessárias e mediáticas transição digital e resposta aos desafios climáticos.

As empresas necessitam de investimento público que se traduza no acesso a uma justiça rápida e eficaz e na melhoria dos serviços da administração pública, tornando-a mais próxima e amiga das empresas.
É necessário intensificar a relação entre as universidades e as empresas, não só para as áreas sexy das novas tecnologias, mas também na transmissão do conhecimento que se traduza em novos produtos, métodos de fabrico e forma de relacionamento com os clientes em setores tradicionais.

Por fim, os apoios públicos aos investimentos privados deverão ser estrategicamente pensados numa lógica setorial (recuperando-se os estudos de Porter da década de 90?), apoiando e fomentando as concentrações de empresas lideradas por projetos de boa gestão, com o mérito de recuperar capacidade produtiva existente e o know-how de um emprego com conhecimento adquirido, em oposição à liquidação de ativos com perdas significativas de valor económico e social.
Os planos e as ideias existem. Falta é colocá-los em prática. E o Orçamento de Estado para 2021 não apresenta medidas que impactem positivamente nas empresas e nos empresários.

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Jornal Público – “IPSS salva 230 postos de trabalho com processo de revitalização inédito” https://r4bcapital.com/en/2020/09/29/jornal-publico-ipss-salva-230-postos-de-trabalho-com-processo-de-revitalizacao-inedito/ https://r4bcapital.com/en/2020/09/29/jornal-publico-ipss-salva-230-postos-de-trabalho-com-processo-de-revitalizacao-inedito/#respond Tue, 29 Sep 2020 18:33:14 +0000 https://causaefeito.blog/?p=2270

Jornal Público - "IPSS salva 230 postos de trabalho com
processo de revitalização inédito"

Mais um trabalho de equipa em que nos orgulhamos de contribuir com sucesso para que uma Instituição da Economia Social possa ultrapassar um momento de dificuldades e continuar a cumprir com a sua função social, algo tão importante nos tempos em que vivemos. 

IPSS salva 230 postos de trabalho com processo de revitalização inédito

Instituição que acumulou dívida de cinco milhões, mas vai manter postos de trabalho depois de ter visto aprovado “o primeiro Plano Especial de Revitalização do sector”, em Portugal, explica a direcção.

A Associação de Bem-Estar Infantil (ABEI) de Vila Franca de Xira é a primeira instituição particular de solidariedade social (IPSS) portuguesa a conseguir a aprovação de um Processo Especial de Revitalização (PER) que, ao abrigo da legislação, lhe vai permitir reestruturar serviços e sanear uma dívida que atingiu os cinco milhões de euros. O PER foi aprovado, esta semana, com 94 por cento de votos favoráveis dos cerca de 40 credores, entre os quais que se destacam várias entidades bancárias.

Fundada em Maio de 1975, a ABEI é uma das maiores instituições sociais do concelho de Vila Franca de Xira, com mais de 700 utentes em áreas tão distintas como o apoio à infância (creche e pré-escolar), acolhimento de crianças em risco e unidade de cuidados continuados (terceira-idade). Emprega cerca de 230 pessoas, mas atravessa, há mais de uma década, sérias dificuldades financeiras, que se agravaram nos últimos anos. A estratégia de crescimento, que levou à criação de sete equipamentos distintos, e a construção da sua unidade de cuidados continuados – e que obrigou a um investimento muito superior ao previsto devido às alterações legislativas – contribuiu para as dificuldades financeiras da ABEI.

Agora, a direcção da instituição realça a importância desta decisão tomada pela maioria dos credores, frisando que, com a aprovação deste plano de viabilização, a ABEI assume-se como “a primeira IPSS do país a usufruir do mecanismo de saneamento das suas dívidas através do PER – Processo Especial de Revitalização”. “Com uma dívida acumulada que ascende aos cinco milhões de euros, a ABEI recorreu a ferramentas normalmente utilizadas na gestão de empresas de topo para conseguir viabilizar o seu futuro, garantindo a continuidade da prestação dos serviços à comunidade e os postos de trabalho”, sublinham os seus responsáveis.

“Sabíamos desde o início que a situação não era fácil, por isso a encarámos com o realismo necessário, tomando medidas que permitissem desanuviar a situação económico-financeira a curto prazo e – a médio-longo prazo – dotar a instituição de uma gestão moderna e sustentável”, afirma Miguel Branco, presidente da direcção da ABEI desde Janeiro de 2019. “A responsabilidade é enorme, tendo em conta que mexe com a vida de muitas famílias, mas o potencial da ABEI e a qualidade do plano apresentado permitiram que este fosse aprovado. Conseguimos esta primeira vitória mantendo todos os colaboradores connosco”, salienta Miguel Branco. “É com a ajuda deles e de todas as famílias que confiam no nosso trabalho, que passamos à segunda etapa: pôr o plano em prática, tornando a ABEI sustentável para que respire vitalidade por muito mais décadas”, acrescenta.

Todo este processo de preparação e discussão do PER demorou cerca de ano e meio e o processo de revitalização recolheu um apoio largamente maioritário dos credores. Miguel Branco realça que “esta boa notícia”, alcançada numa fase particularmente difícil para as IPSS’s devido à pandemia, “chega a tempo de se poderem introduzir alterações ao modelo de gestão da instituição em função do que se prevê virem a ser as mudanças necessárias face à nova realidade provocada pela covid-19”.

Nesse sentido, o presidente da ABEI adianta que “o desafio passa também por alargar a resposta a mais famílias dentro da comunidade, nomeadamente com a prestação de novos serviços, alguns em parceria com a Câmara de Vila Franca de Xira (refeições escolares e prolongamentos – projecto “Escola a Tempo Inteiro”, etc)”.

A ABEI pretende, ainda, requalificar e rentabilizar alguns equipamentos que se encontram devolutos. “A ABEI passou por todo este processo sem realizar despedimentos, mantendo apertadas medidas de higiene e segurança quando do regresso das crianças à instituição após o desconfinamento e mantendo a Unidade de Saúde (Cuidados Continuados) isenta de qualquer caso de contaminação”, conclui Miguel Branco.

Fonte: Jornal Público

https://www.publico.pt/2020/08/28/local/noticia/ipss-salva-230-postos-trabalho-processo-revitalizacao-inedito-1929517

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Artigo de Opinião – Partner Jorge Calvete – revista “Vida Judiciária” https://r4bcapital.com/en/2020/09/04/artigo-de-opiniao-partner-jorge-calvete-revista-vida-judiciaria/ https://r4bcapital.com/en/2020/09/04/artigo-de-opiniao-partner-jorge-calvete-revista-vida-judiciaria/#respond Fri, 04 Sep 2020 17:16:00 +0000 https://causaefeito.blog/?p=2169

Artigo de Opinião – Partner Jorge Calvete – revista “Vida Judiciária”

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Reestruturar empresas em tempo de pandemia. Quais?

Que “os grandes navegadores devem a sua reputação aos temporais e tempestades” já sabíamos, mas estar em alto mar quando a tempestade cai é coisa bem diferente. É aí que estamos todos, as boas e as más empresas, os bons e os maus empresários, os bons e os maus projetos. Tal como na doença, também na vida empresarial, irão resistir os mais fortes, sendo que será sinónimo de capitalizado e estrategicamente bem posicionado. Presentemente, temos empresas e empresários “topo de gama” em grandes dificuldades, projetos saudáveis e negócios que foram geradoras de riqueza durante anos que de repente ficaram sem mercado e entraram em “default”, tudo devido a fatores incontroláveis em termos de futuro, com a quase certeza absoluta de que o tempo irá trazer a normalização do funcionamento do mercado. O tempo! Teremos então que distinguir quais as empresas que foram afetadas pelo vírus e que estavam saudáveis antes da pandemia das restantes, principalmente das crónicas devedoras que saltitam de reestruturação em reestruturação, sem nunca conseguirem cumprir o seu planeamento. Com todo o respeito que possam merecer e merecem estes empresários, entendo que não os podemos misturar com os que foram afetados por um vírus. A resolução do Conselho de Ministros 41/2020 já estabelece o lançamento de um processo extraordinário de viabilização de empresas, com carácter excecional e temporário, para empresas em situação de insolvência iminente decorrente da crise económica provocada pela pandemia. Vamos mesmo ter que perceber quais são as empresas afetadas e para tal temos que olhar para a informação contabilística, que nos permitirá perceber quais as empresas que, antes da pandemia, eram geradoras de lucro, criadoras de emprego, investiram, apresentavam estabilidade financeira com passivo controlado e eram cumpridoras com todos os seus credores. 

Esta parece ser a tarefa mais fácil. O sucesso das medidas de recuperação de empresas existentes ou a implementar vão depender sempre dos negócios que essas empresas desenvolverem e da riqueza que possam vir a criar, da capacidade dos seus gestores na reinvenção dos negócios e, claro, no capital de confiança que têm conquistado junto dos seus credores. Para recuperar, é necessário tempo, mas não sabemos quanto, e o tempo traduz-se em necessidade de capitalização: aqui abrem-se as possibilidades e nascem as oportunidades. Independentemente do texto das medidas judiciais de recuperação, as boas empresas têm que ser capitalizadas, seja através de suprimentos de capital, capital de risco, crédito tradicional, transformação de crédito em capital, desinvestimento em setores não “core ou várias medidas em simultâneo. As medidas enunciadas têm obrigatoriamente que ser apontadas às empresas e aos empresários que já demonstraram ter capacidade de gerar riqueza, principalmente a esses, e são esses que devem ser os primeiros a ser apoiados, pois sem esses vamos perder muitos mais empregos que os cerca de 200.000 que já perdemos. 

Jorge Calvete – Partner Causa & Feito

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Impacto económico mundial após Covid-19 https://r4bcapital.com/en/2019/09/01/impacto-economico-mundial-covid-19/ https://r4bcapital.com/en/2019/09/01/impacto-economico-mundial-covid-19/#respond Sun, 01 Sep 2019 14:26:07 +0000 https://wpjelly.com/one/?p=84

Impacto económico mundial após Covid-19

Impacto económico mundial após Covid-19

A epidemia por COVID-19 está a influenciar drasticamente o comportamento dos negócios e do consumidor em grande escala. Tanto o setor público quanto o privado estão a esforçar-se para diminuir a propagação da doença e conter infeções por COVID-19. Embora as consequências económicas completas deste evento ainda não sejam claras, sabemos que os efeitos de que o vírus e as medidas drásticas que estão a ser tomadas para contê-lo, já estão a precipitar várias mudanças nos diversos setores da sociedade.

1.      Situação atual

A pandemia do COVID-19, que já infetou quase 5 milhões de pessoas em 148 países, resultando em mais de 300 mil mortes, tem o potencial de atingir uma grande proporção da população global. Algumas estimativas sugerem que 70% da população mundial pode ser infetada.

A crise já se transformou num choque económico afetando o mercado de trabalho, não apenas a oferta (produção de bens e serviços), mas também a demanda (consumo e investimento). As interrupções na produção, inicialmente na Ásia, espalharam-se pelas cadeias de fornecimento em todo o mundo. Todas as empresas, independentemente do tamanho, estão a enfrentar sérios desafios, especialmente as companhias aéreas, empresas de turismo e hotelaria, com uma ameaça real de declínios significativos nas receitas, insolvências e perda de empregos em setores específicos. A manutenção das operações comerciais será particularmente difícil para as pequenas e médias empresas. Após as proibições de viagens, o fecho de fronteiras e medidas de quarentena, muitos trabalhadores não podem ir para os seus locais de trabalho ou realizar os seus trabalhos, o que tem efeitos indiretos sobre o salário, principalmente para trabalhadores precários. Os consumidores em muitos países estão incapazes ou relutantes em comprar bens e serviços. Dado o atual ambiente de incerteza e medo, é provável que as empresas atrasem investimentos, compras de bens e contratação de trabalhadores.

As perspetivas para a economia e a quantidade e qualidade do emprego estão a deteriorar-se rapidamente. Embora as previsões atualizadas variem consideravelmente e subestimem a situação, todas elas apontam para um impacto negativo significativo na economia global. Estes números preocupantes mostram sinais crescentes de uma recessão económica global.

São necessárias respostas políticas rápidas e coordenadas a nível nacional e mundial, com forte liderança multilateral, para limitar os efeitos diretos de saúde do COVID-19 sobre os trabalhadores e as suas famílias, enquanto se mitigam as consequências económicas indiretas na economia mundial. Proteger os trabalhadores e as suas famílias do risco de infeção deve ser uma prioridade. Devem ser tomadas medidas para proteger aqueles que enfrentam perdas de salário por causa da infeção ou atividade económica reduzida, pois são essenciais para estimular a economia. A proteção de salários também atenua os desincentivos contra a divulgação de infeções em potencial, especialmente entre os grupos de trabalhadores de baixos rendimentos.

Também são necessárias reformas institucionais e políticas mais profundas para fortalecer a recuperação liderada pela demanda e criar resiliência por meio de sistemas robustos e universais de proteção social que podem atuar como estabilizadores económicos e sociais automáticos diante de crises. Isso também ajudará a restaurar a confiança nas instituições e governos.

 

2.      Impactos: Como o COVID-19 está a afetar o mundo do trabalho?

O COVID-19 terá uma influência muito grande a longo prazo nos resultados do mercado de trabalho. Além das preocupações urgentes com a saúde dos trabalhadores e das suas famílias, o vírus e os subsequentes choques económicos irão ter um enorme impacto sobre o mundo do trabalho em três dimensões principais:

A.      A quantidade de empregos (desemprego e subemprego);

B.      A qualidade do trabalho (por exemplo, salários e acesso à proteção social);

C.      Efeitos em grupos específicos que são mais vulneráveis a obter mercado de trabalho.

Também se espera que o subemprego aumente em larga escala. Como testemunhado em crises anteriores, o choque na demanda de trabalho provavelmente traduzir-se-á em significativos ajustes de queda nos salários e nas horas de trabalho. Embora o trabalho por conta própria normalmente não reaja às crises económicas, ele atua como uma opção “padrão” para a sobrevivência ou manutenção dos rendimentos – geralmente na economia informal. Por esse motivo, o emprego informal tende a aumentar durante as crises. No entanto, as limitações atuais no movimento de pessoas e bens podem restringir esse tipo de mecanismo.

O declínio na atividade económica e as restrições nos movimentos das pessoas estão a causar impacto nas indústrias e serviços. Os dados mais recentes mostram que o valor agregado total das empresas industriais na China diminuiu 13,5% durante os primeiros dois meses de 2020. As cadeias de fornecimento globais e regionais foram interrompidas. O setor de serviços, turismo, viagens e retalho são especialmente vulneráveis. Uma avaliação inicial do Conselho Mundial de Comércio e Turismo prevê um declínio nos fornecimentos internacionais de até 25% em 2020, o que colocaria milhares de empresas e milhões de empregos em risco.

Quem é particularmente vulnerável?

Epidemias e crises económicas podem ter um impacto desproporcional em certos segmentos da população, o que pode desencadear o agravamento da desigualdade. Com base na experiência passada e informações atuais sobre a pandemia do COVID-19 e informações de crises anteriores, vários grupos podem ser identificados:

·         Aqueles com condições de saúde precárias e idosos correm maior risco de desenvolver sérios problemas de saúde.

·         Os jovens, que já enfrentam taxas mais altas de desemprego e subemprego, são mais vulneráveis à queda da demanda de trabalho, como testemunhado durante a crise financeira global.

·         Os trabalhadores mais velhos também podem sofrer vulnerabilidades económicas. Após o surto de MERS, verificou-se que os trabalhadores mais velhos têm mais probabilidade do que indivíduos em idade pré-escolar de experimentar taxas mais altas de desemprego e subemprego, bem como diminuição das horas de trabalho.

·         As mulheres estão representadas em setores mais afetados (como serviços) ou em ocupações que estão na linha de frente de lidar com a pandemia (por exemplo, enfermeiras). Estima-se que 58,6% das mulheres empregadas trabalham no setor de serviços em todo o mundo, em comparação com 45,4% dos homens. As mulheres também têm menos acesso à proteção social e suportam um fardo desproporcional na economia de assistência, no caso de encerramento de escolas ou de serviços de assistência.

·         Trabalhadores desprotegidos, incluindo trabalhadores independentes, casuais e de trabalho precário, provavelmente serão afetados desproporcionalmente pelo vírus, pois não têm acesso a mecanismos de licença remunerada ou por doença e são menos protegidos por mecanismos convencionais de proteção social e outras formas de suavização de vencimentos.

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Recuperação Económica em Portugal https://r4bcapital.com/en/2019/09/01/recuperacao-economica-em-portugal/ https://r4bcapital.com/en/2019/09/01/recuperacao-economica-em-portugal/#respond Sun, 01 Sep 2019 14:25:40 +0000 https://wpjelly.com/one/?p=82

Recuperação económica em Portugal

Recuperação económica em Portugal

A recuperação da economia e das empresas na melhor das hipóteses irá começar no início do segundo semestre deste ano. Na pior, só no final do ano ou início de 2021. Tudo vai depender da duração, intensidade da epidemia e capacidade de achatamento da curva para conter o número de casos. A crise, por ser externa e por atingir o mundo inteiro, afeta sobretudo as atividades que estão mais expostas à evolução da economia mundial e ao ritmo de recuperação dos principais destinos das exportações nacionais e, claro, dos países que alimentam o turismo com peso crescente nos últimos anos. Este é o setor com impacto imediato mais violento e será o que mais devagar deverá sentir a sua retoma. A desconfiança e o medo dos turistas serão o principal motor (ou travão) de deslocações internacionais, mesmo que os governos aliviem as medidas de confinamento.

Nos últimos tempos, têm sido anunciadas, pelo governo português, diversas medidas, excecionais e temporárias, relativas ao impacto na economia da epidemia do Coronavírus – COVID 19. Tais medidas visam, essencialmente, a atribuição de apoios de caráter extraordinário, destinados aos trabalhadores e empregadores afetados pelo surto do vírus COVID-19, tendo em vista a manutenção dos postos de trabalho e mitigar situações de crise empresarial.

Medidas de apoio às empresas

O Conselho de Ministros aprovou um conjunto de medidas destinadas a assegurar a mitigação dos impactos económicos, quer do lado do apoio à tesouraria das empresas quer da proteção dos postos de trabalho, nomeadamente através da criação de:

·         Linha de crédito de apoio à tesouraria das empresas de 200 milhões €;

·         Linha de crédito para microempresas do setor turístico no valor de 60 milhões €;

·         Lay off simplificado: Apoio extraordinário à manutenção dos contratos de trabalho em empresa em situação de crise empresarial, no valor de 2/3 da remuneração, assegurando a Segurança Social o pagamento de 70% desse valor, sendo o remanescente suportado pela entidade empregadora;

·         Bolsa de formação do IEFP;

·         Promoção, no âmbito contributivo, de um regime excecional e temporário de isenção do pagamento de contribuições à Segurança Social durante o período de lay off por parte de entidades empregadoras;

·         Medidas de aceleração de pagamentos às empresas pela Administração Pública;

·         PT 2020.

Olhando para o Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE) e legislação avulsa relativa a estes temas, algumas ideias poderão ajudar as empresas que, por força da situação excecional que vivemos, fiquem em situação de insolvência iminente, ou mesmo de insolvência atual.

Assim, desde logo, em matéria de insolvência, há uma medida excecional e transitória que, à imagem do que foi já anunciado pelo governo alemão, parece fazer todo o sentido transpor para Portugal:

·         Suspender a obrigação de apresentação à insolvência, sempre que, cumulativamente, a situação económico-financeira da empresa resulte dos efeitos do COVID-19 na economia e esta empresa tenha, ainda, condições de recuperar, nomeadamente por via da negociação de um acordo com os seus credores. Esta medida que, à primeira vista, poderia supor-se pouco relevante, não o é, na medida em que, de acordo com o CIRE, quando uma empresa esteja em situação de insolvência, deve pedir a declaração da sua insolvência pelo tribunal, sob pena de qualificação da insolvência como culposa, com tudo o que acarreta, em termos de responsabilidade para os administradores, inclusivamente de natureza criminal.

·         Provavelmente, ainda mais importante que a medida referida no parágrafo anterior, são as alterações, transitórias e excecionais, que poderão ser introduzidas no regime do Processo Especial de Revitalização (PER) e do Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE). No âmbito destes dois instrumentos de recuperação de empresas, existentes em Portugal, mostra-se, importante desobstruir, com respeito pelos direitos e interesses dos credores, o recurso pelas empresas ao PER e ao RERE e, bem assim, a aprovação de planos de recuperação.

Nesta situação de crise provocada pela epidemia COVID-19, outras e, possivelmente mais pertinentes, medidas transitórias poderão ser criadas em matéria de reestruturação e insolvência de empresas. O importante, em qualquer caso, é agir rápido, conferindo aos empresários todos os instrumentos que lhes permitam continuar a gerar riqueza, evitando-se, desta forma, a destruição de postos de trabalho.

O que fazer para melhorar o progresso de recuperação da crise?

No curto prazo há que pensar no relançamento da economia no momento imediatamente a seguir ao alívio das restrições ao funcionamento dos mercados. O governo português elegeu o sector do turismo, restauração e viagens como os prioritários a apoiar (agora os apoios são já alargados a todos os setores de atividade).

·         O sector do turismo não é apenas prioritário para a manutenção da capacidade instalada e dos postos de trabalho durante a crise, mas é-o também pelo facto de previsivelmente o fim da pandemia coincidir com o início da época alta do turismo em Portugal. Tendo este sector um peso significativo no PIB nacional parece avisado que sejam garantidas as condições essenciais para o seu funcionamento pleno em Junho, Julho, Agosto e Setembro, minimizando assim o valor negativo previsível para o crescimento do PIB português em 2020.

·         A longo prazo, as medidas essenciais são outras e não é possível escapar ao tema das reformas estruturais que podem estar na esfera do Estado português e ser promovidas independentemente das medidas europeias. O vírus COVID-19 trouxe consigo um dos maiores inimigos da atividade económica, a incerteza. A incerteza está presente em relação ao efeito e à duração das medidas restritivas, e também em relação a uma eventual segunda onda pandémica. Há que criar uma maior certeza nos agentes económicos, atuando em vários domínios.

·         É necessário tornar a justiça mais eficiente, não obstante a melhoria dos indicadores nos últimos anos. Cerca de 250 dias para resolver um caso civil ou comercial na primeira instância (segundo o The 2019 EU Justice Scoreboard) dá ainda muita margem para melhoria. Para além disso, mesmo com esta melhoria, Portugal continua a meio da tabela dos países europeus. Se queremos recuperar da crise e também sair de forma sustentada da trajetória de estagnação em que Portugal tem estado desde 2000 (em média), então temos que fazer muito melhor que os outros, não basta sermos medianos.

·         É preciso que o país tenha um quadro fiscal estável, muito mais longo que as legislaturas de 4 anos. Reduzir a incerteza para aumentar o investimento (interno e externo) é manter o quadro fiscal estável – mais do que cortar impostos, é necessária certeza nos impostos. Não é benéfico para suportar uma estratégia de crescimento de longo-prazo que cada governo altere o IRC, mais que o faça até em cada Orçamento do Estado.

·         Um aspeto essencial para uma maior certeza para os investidores (e para os agentes económicos em geral) é que o Orçamento do Estado se resuma ao essencial do que é a afetação da receita (corrente) à despesa (corrente) e esteja ele próprio submetido a leis mais gerais (leis de investimento público, leis de contratação pública, etc). Só assim ele não será mais um elemento de incerteza, fruto de negociações avulsas no parlamento e que mudam a cada momento. Tem sido comum em Portugal que o OE seja um elemento de incerteza para a atividade económica, todos os anos. Isto é claramente nocivo para o investimento (quer o nacional e ainda mais o estrangeiro).

·         Sendo o capital humano, como o investimento em capital físico, um motor de crescimento económico, é também necessário que a sociedade portuguesa assente um (ou vários) modelo(s) de escola e que o(s) mantenha estáveis ao longo do tempo. Embora também aqui tenha havido progressos nos resultados internacionais (i.e. testes PISA) desde 2000, houve um abrandamento nesse progresso nos últimos resultados que é preciso entender e reverter.

·         Por fim, o financiamento público à investigação, quer o que é destinado às empresas quer o que é destinado aos investigadores (nas universidades, por exemplo) ou a parcerias entre ambos, não pode também estar sujeito à incerteza que o tem caracterizado. Os investigadores não conseguem antecipar com um prazo razoável quando será lançado o próximo concurso da FCT em determinada área (nem aquela que é para todos os domínios científicos, nem aquela que se destina a financiamento de unidades de investigação e que deveriam ter um prazo específico, conhecido, estável).

Nos últimos anos a sociedade em geral, e algumas organizações em particular, têm desprezado profundamente o conhecimento e a cooperação. Contudo, esta enorme crise de saúde pública, com consequências económicas inimagináveis, não pode ser resolvida sem quebrar esse paradigma. Esperemos que este momento crítico que vivemos, pela sua singularidade, sirva como ponto de partida para que as organizações/países possam ser geridas com base nesses princípios e não sirva, tal como aconteceu em crises anteriores, para “branquear” a incompetência daqueles que, gerindo de forma ineficiente/negligente as organizações/países, fragilizaram o “sistema imunitário” da estrutura económico-financeira.

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Medidas para a permanência de postos de trabalho em Portugal durante e pós-epidemia https://r4bcapital.com/en/2019/09/01/medidas-postos-de-trabalho-pos-epidemia/ https://r4bcapital.com/en/2019/09/01/medidas-postos-de-trabalho-pos-epidemia/#respond Sun, 01 Sep 2019 14:25:12 +0000 https://wpjelly.com/one/?p=80

Medidas para a permanência de postos de trabalho em Portugal durante e pós-epidemia

Medidas para a permanência de postos de trabalho em Portugal durante e pós-epidemia

Em tempos de crise, as normas internacionais do trabalho fornecem uma base sólida para as principais respostas políticas que se concentram no papel crucial do trabalho decente na obtenção de uma recuperação sustentada e equitativa. Esses padrões, adotados por representantes do governo, trabalhadores e organizações empresariais, fornecem uma abordagem centrada no ser humano para o crescimento e desenvolvimento, inclusive ao acionar alavancas de políticas que estimulem a procura e protejam trabalhadores e empresas. As respostas políticas devem-se concentrar em dois objetivos imediatos: medidas de proteção à saúde e apoio económico no lado da procura e da oferta.

  • Trabalhadores e empregadores e as suas famílias devem ser protegidos dos riscos à saúde do COVID-19. Medidas de proteção no local de trabalho e nas comunidades devem ser introduzidas e fortalecidas, exigindo apoio e investimento público em larga escala.
  • Esforços políticos oportunos, em larga escala e coordenados devem ser empreendidos para fornecer emprego e apoios de rendimento e estimular a economia e a procura de trabalho. Essas medidas não apenas protegem empresas e trabalhadores contra perdas imediatas de emprego e rendimentos, mas também ajudam a evitar uma cadeia de choques de oferta (por exemplo, perdas nas capacidades de produtividade dos trabalhadores) e quebras de procura (por exemplo, suprimir o consumo entre trabalhadores e as suas famílias) que podem levar a uma recessão económica prolongada.
  • Medidas pró-ativas, em larga escala e integradas em todas as áreas de política são necessárias para causar impactos fortes e sustentados. Como a crise está a evoluir rapidamente, a monitorização cuidadosa dos efeitos diretos e indiretos de todas as intervenções é crucial para garantir que as respostas políticas sejam e permaneçam relevantes.
  • Criar confiança através da confiança e do diálogo é crucial para tornar efetivas as medidas políticas. Especialmente em tempos de tensão social elevada e falta de confiança nas instituições, respeito reforçado e dependência de mecanismos de diálogo social cria uma base sólida para fortalecer o compromisso de empregadores e trabalhadores com a ação conjunta com o governo. O diálogo social em nível empresarial também é crucial.

Medidas de apoio à proteção Social dos trabalhadores e das suas famílias

Em relação à proteção social dos trabalhadores e das suas famílias, o Conselho de Ministros português aprovou as seguintes medidas:

  • A atribuição de faltas justificadas para os trabalhadores por conta de outrem e trabalhadores independentes que tenham de ficar em casa a acompanhar os filhos até 12 anos;
  • O apoio financeiro excecional aos trabalhadores por conta de outrem que tenham de ficar em casa a acompanhar os filhos até 12 anos, no valor de 66% da remuneração base (33% a cargo do empregador, 33% a cargo da Segurança Social);
  • O apoio financeiro excecional aos trabalhadores independentes que tenham de ficar em casa a acompanhar os filhos até 12 anos, no valor de 1/3 da remuneração média;
  • O apoio extraordinário à redução da atividade económica de trabalhador independente e diferimento do pagamento de contribuições;
  • A criação de um apoio extraordinário de formação profissional, no valor de 50% da remuneração do trabalhador até ao limite do Salário Mínimo Nacional, acrescida do custo da formação, para as situações dos trabalhadores sem ocupação em atividades produtivas por períodos consideráveis;
  • A garantia de proteção social dos formandos e formadores no decurso das ações de formação, bem como dos beneficiários ocupados em políticas ativas de emprego que se encontrem impedidos de frequentar ações de formação;
  • A equiparação a doença da situação de isolamento profilático durante 14 dias dos trabalhadores por conta de outrem e dos trabalhadores independentes do regime geral de segurança social, motivado por situações de grave risco para a saúde pública decretado pelas entidades que exercem o poder de autoridade de saúde. Com esta alteração, os trabalhadores a quem seja decretada, pela autoridade de saúde, a necessidade de isolamento profilático terão assegurado o pagamento de 100% da remuneração de referência durante o respetivo período;
  • A atribuição de subsídio de doença não está sujeita a período de espera;
  • A atribuição de subsídios de assistência a filho e a neto em caso de isolamento profilático sem dependência de prazo de garantia.

Proteger os trabalhadores no local de trabalho

Proteger os trabalhadores no local de trabalho para minimizar os efeitos diretos do coronavírus, de acordo com as recomendações e orientações da OMS:

  • Melhorar as medidas de SST, incluindo o distanciamento social, fornecimento de equipamento de proteção (especialmente para trabalhadores na área de saúde, voluntários e outros em contato permanente com pessoas), procedimentos de higiene e formas de organização do trabalho (apoiadas por campanhas de informação e conscientização) e através do diálogo social entre empregadores e trabalhadores e os seus representantes;
  • Incentivar acordos de trabalho flexíveis, como por exemplo o teletrabalho;
  • Prevenir a discriminação e exclusão relacionadas ao COVID-19;
  • Melhorar o acesso universal a serviços de saúde;

Estimular a economia e a procura de trabalho

Estimular a economia e a procura de trabalho por meio de políticas económicas e de emprego para estabilizar a atividade económica:

  • Políticas fiscais ativas, particularmente medidas de proteção social, incluindo transferências direcionadas e estabilizadores automáticos, como benefícios de desemprego, além de investimentos públicos e benefícios fiscais para pessoas de baixos rendimentos e micro, pequenas e médias empresas;
  • Política monetária (redução da taxa de juros, relaxamento da taxa de reserva, provisões de liquidez direcionadas);
  • Empréstimos e apoios financeiro direcionados a setores específicos para protegerem empresas, especialmente MPME. Investir em sistemas de saúde é crucial na construção de resiliência contra o COVID-19, mas também oferece uma oportunidade para criar empregos decentes.

Proteger emprego e rendimentos

Proteger o emprego e os rendimentos de empresas e trabalhadores afetados negativamente pelos efeitos indiretos (fecho de fábricas, interrupção de cadeias de fornecimento, proibição de viagens, cancelamento de serviços públicos, eventos etc.):

  • Proteção social por meio de esquemas existentes e/ou pagamentos para trabalhadores, incluindo trabalhadores informais, casuais, sazonais e migrantes e trabalhadores independentes (por exemplo, através do acesso a benefícios de desemprego, assistência social e programas públicos de emprego);
  • Esquemas de retenção de emprego, incluindo acordos de trabalho de curta duração/ benefícios parciais de desemprego e outros apoios a prazo para empresas, como subsídios salariais [e cortes temporários no imposto sobre os salários/isenções de contribuições para a segurança social], férias remuneradas e extensão dos benefícios existentes de direitos, subsídios e esquemas relacionados;
  • Medidas suavização financeira de receitas, com prazo determinado, para apoiar a continuidade dos negócios, principalmente MPME e trabalhadores independentes (por exemplo, subsídios, mediação/refinanciamento de crédito para superar restrições de liquidez).

Embora estas medidas ajudem, sem dúvida, a conter a pandemia, a responder às necessidades geradas e a abrir caminho para uma recuperação gradual, é claro que é preciso fazer mais. As crises passadas e as experiências de vários outros países, que reagiram tarde demais no contexto da atual crise do COVID-19, mostram que a preparação e a ação precoce são críticas.

Esta pandemia é única em muitos aspetos, mas ainda há lições que podemos aprender das crises económicas anteriores que destacam o papel central do emprego, proteção social e diálogo social nas políticas de mitigação e recuperação. Informações precisas, consistentes, oportunas e transparentes são essenciais não apenas para combater a pandemia, mas também para reduzir a incerteza e aumentar a confiança em todos os níveis da economia e da sociedade, incluindo o local e postos de trabalho. Um declínio ou falta de confiança afeta gastos do consumidor e investimentos empresariais, induzindo uma desaceleração económica e dificultando a recuperação de emprego.

Foco no emprego, incluindo o trabalho por conta própria, é fundamental para facilitar o processo de recuperação. Respostas anteriores a emergências de saúde e desastres naturais mostraram que investimentos intensivos em saúde e água, saneamento e higiene, e serviços são um meio importante de criação imediata de empregos em crises. Políticas que apoiam o desenvolvimento de habilidades e o empreendedorismo amortecem o impacto do desemprego.

O diálogo social construtivo e persistente entre governos e parceiros sociais desempenha um papel crucial no desenvolvimento de respostas efetivas nos níveis empresarial, setorial e macroeconómico, como demonstrado pelas crises económicas históricas. O governo não pode combater as causas e consequências da crise nem garantir a estabilidade e a recuperação social por meio de ações unilaterais. O diálogo social é uma ferramenta insubstituível de gestão equilibrada de crises e aceleração da recuperação, além de um instrumento essencial de bom governo em relação à mudança. Canais de comunicação e diálogo contínuo com o governo são essenciais para permitir que as organizações de trabalhadores e empregadores originem a reestruturação da empresa de maneira de maneira sustentável e preservando empregos.

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